terça-feira, 3 de setembro de 2013

Cresce o número de decepcionados com o Partido dos Trabalhadores. O PT do Mensalão, da introdução da Venezuela no Mercosul e das capitulações diante de Evo Morales ter-se-ia tornado fisiológico, oportunista, enganador e, ademais, só preocupado com o avanço da esquerda no mundo, pouco ligando para o interesse público. O PT não é nem nunca foi um partido criado para resolver os problemas da vida presente; pelo contrário, seu objetivo é conformar a sociedade e o Estado segundo os ditames teóricos traçados no século XIX por Marx e seus sequazes.

Cresce o número de decepcionados com o Partido dos Trabalhadores

Gregorio Vivanco Lopes
Bandeiras PT e Foice e Martelo
Cresce o número dos que se dizem decepcionados com o Partido dos Trabalhadores. As manifestações de rua e as páginas dos jornais o atestam com exuberância. O PT do Mensalão, da introdução da Venezuela no Mercosul e das capitulações diante de Evo Morales ter-se-ia tornado fisiológico, oportunista, enganador e, ademais, só preocupado com o avanço da esquerda no mundo, pouco ligando para o interesse público.
Uma decepção inteiramente explicável, mas que repousa sobre um equívoco, a respeito do qual queremos tratar aqui.
O equívoco consiste em achar que houve uma mudança no PT. Não, não houve. O PT nunca foi aquele partido idealista, impoluto, voltado para o bem do País, que a propaganda anunciava. Aqui reside o engano. Explico-me.
Desde sua origem o PT sofre forte influência marxista, que lhe vem tanto da esquerda católica quanto da esquerda leiga que o constituíram. O PT não é nem nunca foi um partido criado para resolver os problemas da vida presente; pelo contrário, seu objetivo é conformar a sociedade e o Estado segundo os ditames teóricos traçados no século XIX por Marx e seus sequazes. Suas ideias sobre a pobreza, a luta de classes, as desigualdades, e tantas outras, recendem ao marxismo mais transato.
Coerente com a doutrina marxista existe a moral marxista – na realidade, a não moral ou imoral – segundo a qual é bom tudo que ajuda a implantar o socialismo, e mau o que impede ou dificulta sua implantação. Apropriar-se dos bens públicos será bom se ajudar a socialização, e manter a palavra dada ou desmenti-la se fará na medida em que favorecer a causa. Perseguir alguém ou favorecê-lo independe de seus méritos pessoais, o importante é saber o que convém mais à causa.
Já o teórico comunista V. Kolbanoski escrevia em 1947: “Só é moral a conduta dos homens baseada na grande luta pela libertação da humanidade de todos os jugos e de quaisquer formas de exploração. [...] Durante a transformação socialista da sociedade, realiza-se entre os homens uma renovação do sistema moral. [...] Ensinar a moral comunista é, antes de tudo, educar os homens soviéticos, a juventude soviética em particular, no espírito de uma dedicação sem limites à causa do comunismo e de abnegação ao serviço da pátria socialista” (A Moral Comunista, Problemas – Revista Mensal de Cultura Política nº 17 – Rio de Janeiro, Fevereiro/Março de 1949).
De acordo com essa lógica, para um petista autêntico, nada do que o PT tem feito é imoral. De modo que o PT não mudou. É o mesmo de sempre, desde que foi articulado pela esquerda católica e a esquerda leiga.
Fica a pergunta: os novos impolutos que estão aparecendo no cenário político serão diferentes?

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